O Felizardo
06 de Agosto de 1973
O filizardo
Esta era a imagem de um "felizardo",
Minutos antes de cortar o cabelo,
Para não correr o risco,
De o levar completamente rapado.
Cabelo fino, que nem seda,
Loiro e bem cuidado,
Como qualquer rapaz da época,
Usava madeixa ao lado.
Vestia bem, diria que vestia à moda,
Calça apertada,
Com boca-de-sino,
De cinturão, fivela larga.
Para a família era o Bino,
No trabalho o apelido,
Para as garotas o fininho,
Seu nome próprio, não digo.
Acabava
de chegar de viagem,
E
quando a casa chegou,
Devassa
mas sem surpresa,
Uma
missiva encontrou.
Para
ir passar férias,
Com
bilhete só ida,
E
ainda recebia jorna,
Com
educação física incluída.
Era
tudo uma riqueza,
Até
a roupa era dada,
E
para não faltar nada,
Incluía
cama e mesa.
E
o destino, quem diria,
Um
lugar digno de beleza,
Com
seus barcos e sua ria,
A
Veneza portuguesa.
E a partir desse dia,
Viveu histórias da severa,
Entre maus e bons momentos,
Mas já mais voltaria a ser quem era.
Como
nem todos os cristãos,
Merecem
esta sorte que Deus lhe deu,
Era
só para os mais devotos,
E
afinal, este devoto era eu!!!
De Albino Lima